Desde o primeiro dia em que colocou o pé na Presidência do BB, o agora demitido Rubem Novaes tinha um objetivo: privatizar o Banco. Para isso não perdeu tempo. Fechou centenas de agências, limitou o número de funcionários e baixou salários. Dava como certa, na maioria das entrevistas, a venda da instituição. Ficou pouco mais de um ano na cadeira e saiu desgastado por decisões controversas.
Antes da renúncia, Novaes se envolveu em várias polêmicas. Foi acusado, pela Anabb, de manipular as ações do Banco do Brasil e favorecer a especulação em suas falas pontuais sobre privatização (Leia matéria aqui). Sob seu comando, o BB investiu em propagandas em sites “bolsonaristas” apontados como propagadores de “fake news”. Depois que os anúncios foram cortados, Fabio Wajngarten, secretário de Comunicação do Planalto, chegou a sugerir uma intervenção no BB para que a instituição revisse a decisão. Chamado às falas por Carlos Bolsonaro (Leia aqui) o Banco voltou atrás. Reinaldo Fujimoto, representante dos funcionários no Conselho de Administração do Banco do Brasil, enviou ofício ao comitê em que pede auditoria para apurar a veiculação de publicidade do BB em sites favoráveis ao governo. Em decisão do TCU, as propagandas foram suspensas, o que mereceu críticas de Novaes.
Ligado ao escritor Olavo de Carvalho, o pedido de demissão de Rubem Novaes foi bem visto pelo governo que quer se afastar da ala mais radical. Já existem especulações sobre o nome a ocupar o mais alto cargo do Banco. Entre eles estariam Hélio Magalhães, atual presidente do conselho de administração do BB e Pedro Guimarães, atual presidente da Caixa Econômica Federal.
Apesar de estarem de olho no cargo, políticos do Centrão sabem que não haverá espaço para a indicação. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já deixou bem claro que não abre mão das presidências dos três bancos federais (BB, Caixa e BNDES).
E no fim das contas, o mascate, que chegou cheio de si, mostrou-se um péssimo gestor e não conseguiu vender absolutamente nada.
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